quarta-feira, 27 de novembro de 2013

geografia agraria

Faculdade Pedro II
Curso Licenciatura em Geografia
Prof.ª Ana Paula Teixeira











Estudo de caso: Corinto – MG








Aluna: Renata Fernandes







Belo Horizonte
Novembro de 2013
Objetivos

O presente trabalho tem como objetivos apresentar o município de corinto, analisando seus aspectos físicos, econômicos e culturais. Contextualizar a microrregião e mesorregião a qual a cidade esta inserida.


Metodologia

A metodologia do trabalho se da por meio de pesquisa bibliográfica e conhecimento prévio da área a ser discutida. Os critérios de escolha da cidade de Corinto são basicamente por ser a cidade onde residi à maior parte de minha vida, tendo assim conhecimento sobre ela e facilitando a obtenção de informações.


Aspectos Físicos

orinto é conhecido por seus moradores e região por ser o centro geográfico de minas gerais. Limita-se com os municípios: ao sul, com Curvelo e Morro da Garça; a oeste, com Felixlândia e Três Marias; ao norte, com Lassance e Augusto de Lima e a leste, com Santo Hipólito. Referente à geografia de Corinto podemos apresentar alguns dados como as coordenadas geográficas que são latitude: -18.4038 e longitude: -44.4588 ,18° 24′ 14″ Sul, 44° 27′ 32″ Oeste. Superfície de 252.539 hectares, 2.525,39 km² (975,06 sq mi). A altitude de Corinto é698 m (2.290 ft) e a cidade apresenta clima tropical com estação seca (Classificação climática de Köppen-Geiger: Aw).
Figura 1- Localização do município de Corinto. Fonte SEBRAE, 1998.
Figura 1- Localização do município de Corinto. Fonte SEBRAE, 1998.

O relevo é pouco movimentado, caracterizado por formas planas, sem grandes variações de cotas altimétricas entre interflúvios e fundos de vale, ou seja, sem elevações topográficas mais proeminentes (SEBRAE 1998). Destaca-se a Serra do Carrapato, que alcança pouco mais de 840 metros de altitude. Os solos de Corinto variam bastante em função da topografia, litologia e vegetação.
A classe de solo dominante é a dos Latossolos Vermelho-Amarelo presentes nas áreas planas a suave-onduladas, onde predominam formações vegetais típicas de floresta subcaducifólia. Este solo é profundo, bem drenado na maior parte do ano, apresentam acidez, toxidez de alumínio e são pobres em nutrientes essências (como cálcio, magnésio, potássio e alguns micronutrientes para a maioria das plantas. Esses solos possuem propriedades morfológicas e físicas que facilitam o manejo agrícola, e é adequado ao uso de pequenos açudes devido à porosidade do solo funciona como uma esponja armazenadora da água infiltrada que recarrega o lençol freático local e contribui a revitalização de mananciais próximos além, de contribuir para controle de erosão. Os Argissolos aparecem predominantemente em áreas com relevo acidentado, principalmente nas porções inferiores das encostas. A profundidade, textura e fertilidade variáveis. Não ocorrem em grandes áreas contínuas, mas sua presença é sempre frequente. Os Cambissolos e Neossolos Litólicos aparecem em áreas onde o relevo é movimentado (nos morros e serras). Possuem alta erodibilidade e baixa aptidão agrícola. Devido à baixa permeabilidade, sulcos são facilmente formados nestes solos pela enxurrada, mesmo quando eles são usados com pastagens. Apresenta uma geologia variada, com predominância de rochas formadas por ardósias, calcários, filitos e metassiltitos. A porção central apresenta extensa área coberta por sedimentos recentes e a oeste de rochas mais antigas, formadas, principalmente, por arenitos e tufitos. (SEBRAE 1998, pag15). Nas áreas de fundo de vale predominam os gleissolos. Esta classe de solos são mal drenadas e apresentam argila de alta atividade. Como estão localizados em baixadas, próximos a drenagem uma vez que são formados em áreas de recepção ou trânsito de produtos transportados. Apresentam sérias limitações ao uso agrícola, principalmente, em relação à deficiência de oxigênio (pelo excesso de água), à baixa fertilidade e ao impedimento à mecanização. O quadro a seguir apresenta um esquema com os principais tipos de solo existentes no município de Corinto, com suas características principais.






Corinto apresenta extensos cursos d’água e é parte integrante da região do Médio Rio das Velhas, na zona do Alto São Francisco. A essa bacia estão ligadas as três principais redes de drenagem do município: a do Rio Bicudo, a do Ribeirão Lavado e a do Córrego Jabuticaba. O Rio Bicudo nasce nas encostas da Serra do Boiadeiro, no Município de Morro da Garça e para ele convergem as águas do Rio do Peixe, do Ribeirão Santana e dos principais córregos: Capivara, Santo Antônio, do Carmo, da Extrema, da Covinha, Diamante e Curralinho (SEBRAE, 1998). Os principais afluentes do Córrego Jabuticaba são os córregos Corredor, Matadouro, Sítio do Melo e Buriti. O Ribeirão Lavado é formado pelos córregos Mumbuca e Lavadinho. Alguns cursos isolados deságuam diretamente no Rio das Velhas, como é o caso dos córregos Cardoso, Buriti, Suçuarana e da Garça. O sítio urbano do município é cortado por dois córregos, sendo os dois integrantes da bacia do Córrego Matadouro.
A região pode ser classificada como Campos Cerrados. O clima é tropical, com por verões quentes e úmidos e invernos secos, com duas estações bem definidas. A estação seca ocorre no inverno entre o mês de maio a setembro. E a estação chuvosa se inicia no verão, entre o mês de outubro a abril, apresentando assim, déficit hídrico em torno de 3 a 6 meses/ano. A precipitação média anual varia de 1200 a 1800 mm. A vegetação natural do município é o cerrado, possuindo algumas áreas preservadas. A vegetação de Corinto foi muito degradada ou substituída por pastagens e reflorestamento de eucaliptos. Esses reflorestamentos tendem (a médio e longo prazo) a reduzir a fauna da área ocupada, bem como a vida microbiológica do solo, essenciais para a sua formação e desenvolvimento. (SEBRAE, 1998, pag20).  As partes mais elevadas do relevo, principalmente a nordeste e norte, são ocupadas por uma vegetação de campo alto. Nas porções mais úmidas ocorre um cerrado fechado, e matas ciliares se desenvolvem ao longo dos cursos de água. Abaixo temos a imagem da carta topográfica da região onde esta localizado o município.





Historia de Corinto

As informações a seguir são em parte de conhecimento prévio sobre a cidade e em parte retiradas do site http://corinto.cantaminas.com.br/.
Corinto por muito tempo foi conhecido pelo nome "Paragem do Curralinho" passando depois a simplesmente "Curralinho" surgira como outras localidades que tinha o rio São Francisco como principal meta a ser alcançada para o transporte de gado vindo da Bahia rumo às minas. As terras de cultura, as terras ricas, o massapé de outras regiões, eram destinadas à agricultura. Assim, a região de Curralinho, pela escassez de matas e a presença de excelente pastagem, topografia e localização, tornara-se para os tropeiros, um lugar para o descanso em suas indas e vindas. Como as frequentes paradas dos tropeiros, logo se instalaram no arraial comerciantes, criadores de gado, garimpeiros, atraindo, desta forma, pessoas para a região. Antes a região era habitada pelos índios Coroados, parentes dos Jês ou Tapuias. Às margens do São Francisco, até o município de Três Marias, eram habitadas pelos Cariris, que haviam fugido de Pernambuco, após a derrota dos holandeses, dos quais eram aliados. No início do século XVII, antes das descobertas das minas, começaram a chegar os baianos e paulistas com sua pecuária e agricultura de subsistência. Em 1650, já se tem notícia da Fazenda da Garça ou Sítio da Garça. A fazenda, situada a poucos quilômetros da sede de Corinto, foi o estabelecimento mais antigo da região, competindo em idade somente com os da Barra do Guaicuí e Matias Cardoso (Morrinhos). Outras fazendas antigas da região são: Fazenda do Contria, Fazenda do Saco e Espírito Santo, Fazenda do Buriti, Fazenda do Bicudo, Fazenda do Pilar, Fazenda do Carmo ou Bom Jardim, Fazenda Tanque e Lagoa e Fazenda dos Gerais. O Curralinho usado pelos tropeiros estava situado junto da estrada que vinha do Porto da Manga e passava na periferia da atual Vila São João, bairro de Corinto, junto ao lugar onde posteriormente foi construído o matadouro municipal. Com o tempo, formou-se um pequeno arraial onde as tropas descansavam e negociavam com a população da zona rural. Os terços, rezados em domicílio, passaram a constituírem-se em festas, a partir de 1883, quando ergueram um Cruzeiro que ainda existe no cruzamento da Rua Pedro Dumont com o lugar por onde passava a linha férrea do ramal de Diamantina. Periodicamente, vinha o padre do Morro da Garça celebrar missas, quando havia grande número de batizados, casamentos e confissões. Esses eventos atraiam vendedores dos arraiais próximos e da zona rural vizinha. O primeiro religioso a habitar a região foi frei Amaro do Santo Deus, que era também criador de gado. No século XX, quando as estradas de ferro começaram a passar pelos sertões de minas os trilhos da Central do Brasil chegaram ao Curralinho e trouxeram progresso para a região. Curralinho tornara-se um ponto estratégico, entroncamento de diversos ramais ligando o norte ao sul do país. Inclusive na década de 60, quando Brasília tornara-se uma realidade, dizia-se que "todos os caminhos conduzem a Corinto", devido a sua localização como Centro Geográfico de Minas Gerais. O povoado de Curralinho fazia parte do território do Distrito do Pilar, município de Curvelo, criado pela Lei Estadual nº. 02, de 14 de setembro de 1891. Mas esse distrito só foi instalado em 1908, porém não no Pilar, mas no povoado de Curralinho, que, atingira grande desenvolvimento depois da chegada das linhas férreas. A vila de Curralinho passara a se chamar Corinto, nome sugerido pelo tipógrafo e jornalista Antônio Marta Pertence, vindo do Rio de Janeiro, numa alusão à cidade do mesmo nome, na Grécia. Em 1923, com o apoio da comunidade foi criado o município de Corinto no dia 7 de setembro.
A instalação do Município deu-se no dia 20 de julho de 1924, data em que se comemora o aniversário da cidade e realiza-se o Forro de Corinto, festa que geralmente atrai a cidade moradores antigos que migraram para outro lugares em busca de melhores condições de vida, por esse motivo entre os moradores costuma-se chamar essa comemoração de festa do Corintiano Ausente.

Estação ferroviária de Curralinho -  http://corinto.cantaminas.com.br/historia.htm

Locomotiva Alco 2-8-2 conservada pela Prefeitura de Corinto, MG


Aspectos sócio-econômicos do município

Economia e infraestrutura
Corinto é uma cidade acolhedora e bem planejada. Destaca-se pela sua organização urbana, com ruas largas e bem arborizadas. Possui dois hotéis, cinco pousadas, um motel e uma área de camping. Conta com duas emissoras de rádio, a Rádio Cidade de Corinto AM, e a radio Portal FM. No transporte, o município possui um terminal rodoviário e o trem que antes tinha um grande fluxo de passageiros hoje apenas passa pela cidade transportando cargas. A cidade conta com vários estabelecimentos de ensino, entre eles o Ensino Superior da Unimontes (Faculdade Estadual do Norte de Minas), Magistérios das séries iniciais do Ensino Fundamental, Normal Superior Educação Infantil, emergencial Modular em Educação Física, Matemática e Pós-Graduação em Normal Superior e Administração, além de diversos técnicos que ainda serão implantados. Na área do lazer, a cidade possui cinco clubes recreativos (Clube Recreativo Ferroviário, Corinto Clube, Corinto Clube Campestre, Corinto Tênis Clube e AABB - Associação Atlética Banco do Brasil), estádio de futebol, ginásio de esportes, pista de Cooper e MotoCross, quadras poliesportivas em diversos bairros além praças públicas equipadas com aparelhos destinados a exercícios físicos da população e brinquedos para as crianças.
 A saúde na cidade é precária, há anos o hospital da cidade não funciona completamente, nos dias atuais temos em funcionamento apenas o Pronto Atendimento, nos bairros o PSF (programa saúde da família) e plantão ortopédico nas terças-feiras realizado no próprio Pronto Atendimento. Corinto é uma das poucas cidades do Brasil com estação de tratamento de esgoto (Copasa). Possui também o serviço de Correios, Fórum, Receita Estadual, Copasa, subestação de energia elétrica da Cemig e é entroncamento rodoviário e ferroviário. 
 As atividades econômicas do município são o comércio, agricultura, pecuária e extração mineral (argila, calcário e quartzito), a cidade é conhecida como Terra dos Cristais devido a abundancia de minerais que possibilita uma extração comercial significante, o cristal bruto e lapidado é reconhecido como o melhor do mundo.
Cristais - http://www.infojoia.com.br/news_portal/noticia_4664

 O comércio movimenta uma região com mais de 185 mil habitantes e a ACIAC – Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Corinto conta com 161 comércios filiados. No agronegócio do município destaca-se a pecuária mista, a criação de aves, dentre elas a avestruz, produção de milho, feijão, mandioca, fruticultura, horticultura, produção de mel, indústrias caseiras de cores, biscoitos e laticínios, atividade pesqueira e o Frigorífico Inalcor, que abate bovinos e funciona a 12 km do perímetro urbano. 
Abaixo podemos ver alguns gráficos retirados do site do IBGE com dados econômicos de Corinto:
http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=311910

http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=311910
A cidade tem um grande potencial, mas falta investimento. Tanto investimento na infraestrutura da cidade quanto investimento em qualificação profissional. Os jovens têm que sair da cidade para buscar uma melhor educação e perspectiva de um futuro diferente dos que permanecem na cidade. Faltam oportunidades e investimento em vários setores da cidade. A educação é precária e a maior parte dos cursos de ensino superior na cidade é à distância ou semipresenciais, alem de não ter muitas opções, pois são basicamente licenciaturas. Depois de formados ainda enfrentam o problema de não ter campo de atuação para todos na cidade.

Demografia
De acordo com o senso demográfico de 2010 a cidade de corinto conta com 23.914 hab., e uma área de 2.525,397 km2. Abaixo podemos ver alguns gráficos retirados do site do IBGE com dados populacionais de Corinto:
http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=311910

http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=311910


Modelo intra-urbano

Aplicando o modelo intra-urbano no município de corinto podemos classificar suas zonas a nível de cidade pequena. As zonas a serem identificadas são: zona central, zona pericentral, zona periférica, zona periurbana. A zona central em uma cidade pequena geralmente é representada por uma praça ou rua principal com a presença de alguns equipamentos terciários, em Corinto essa zona é representada pela Praça da Bandeira, praça central da cidade onde se concentra parte do comercio, alguns serviços públicos como correio, rodoviária e posto de saúde, e é também usada como opção de lazer nas noites da cidade. A zona pericentral confunde-se ao mesmo tempo com a zona central e com a periferia, podemos destacar a área urbana da cidade começando pelas ruas principais q ligam a zona central com o restante da cidade. A zona periférica é muito próxima a zona pericentral, sofre uma mudança brusca para a área rural, no município de corinto define os bairros mais afastados. A zona periurbana praticamente não existe já que na pratica não ocorre à transição para a zona rural.
Praça da Bandeira – Foto Divulgação
Tradicional desfile de 7 de Setembro realizado na Praça da Bandeira – Foto Divulgação

Mesorregião e Microrregião


A mesorregião Central Mineira é uma das doze mesorregiões do estado brasileiro de Minas Gerais. É formada pela união de trinta municípios agrupados em três microrregiões: Bom Despacho, Curvelo e Três Marias. As Mesorregiões limítrofes são Jequitinhonha, Metropolitana de Belo Horizonte, Noroeste, Norte, Oeste de Minas, Triangulo Mineiro e Alto Parnaíba. Possui uma área de 31.751,901 km2, população 466.521 hab. de acordo com o senso de 2010. O PIB de acordo com o IBGE/2008 era de R$ 5.068.325.036, e o PIB per capita da mesma data era de R$ 10.864,08.

Corinto pertence à microrregião de Curvelo, que é uma das microrregiões do estado brasileiro de Minas Gerais pertencente à mesorregião Central Mineira. Sua população foi censeada em 2010 pelo IBGE em 150.661 habitantes e está dividida em onze municípios. Possui uma área total de 13.749,120 km². Estão inseridos na microrregião de Curvelo os municípios Augusto de Lima, Buenópolis, Corinto, Curvelo, Felixlândia, Inimutaba, Joaquim Felício, Monjolos, Morro da Garça, Presidente Juscelino e Santo Hipólito. Possui uma área de 13.749,120 km2, população 150.661 hab. de acordo com o senso de 2010. O PIB de acordo com o IBGE/2008 era de R$ 1.253.491.549, e o PIB per capita da mesma data era de R$ 8.319,95.

Abaixo temos um mapa representando a microrregião de Curvelo:


Curvelo influencia diretamente Corinto, por ser a principal cidade da microrregião e por serem também tão próximas. A maioria dos serviços que não encontramos em Corinto é buscada na cidade vizinha Curvelo. A influencia é tão grande que às vezes os habitantes buscam em Curvelo serviços que podemos encontrar perfeitamente em sua cidade. É comum as pessoas irem a Curvelo comprar roupas, calçados e outros bens de consumo, como também é comum procurarem lazer e entretenimento.

Distancia Corinto/Curvelo – imagem retirada do Google Maps

Infraestrutura regional

Corinto é um importante entroncamento no centro de Minas Gerais, mas por não ter uma infraestrutura satisfatória os seus habitantes tem frequentemente quer recorrer a serviços urbanos nas cidades vizinhas. A cidade mais procurada é Curvelo, principalmente para fins de saúde e educação. O sistema de saúde em corinto é muito precário e não atende a população que tem que recorrer às cidades vizinhas ou ate mesmo a capital do estado. Em questão de educação muitas pessoas de Corinto fazem faculdade ou cursos técnicos em Curvelo por ser a cidade mais próxima a oferecer esse serviço e permitir o deslocamento sem mudar de residência. As cidades menores também buscam as cidades vizinhas, sendo que às vezes encontram os serviços em Corinto. Dentro da microrregião de Curvelo, Corinto é a maior cidade depois da própria Curvelo. As outras cidades tem uma media de 3 a 15 mil habitantes, e a infraestrutura é precária na maioria delas.

Vista de Corinto por satélite, retirada do site Google Maps


Hierarquia Urbana

A distribuição das cidades no espaço não acontece de maneira aleatória. Os núcleos urbanos e sua disposição espacial estão intimamente relacionados um com os outros. O crescimento de uma cidade se dá de acordo com sua especialização em serviços urbanos. A hierarquia urbana não se define apenas pelo tamanho das cidades, mas também nas funções e distâncias interurbanas, os sistemas de cidades são redes de núcleos inter e intra-urbanos com áreas de influência que não apenas se complementam como também são interdependentes entre si. Como constatado por Ruiz (2005) a estrutura urbana brasileira é assimétrica e marcada por forte polarização das poucas grandes cidades. Quando passamos à análise de Minas Gerais, cabe destacar que existe entre as regiões do estado uma grande diversidade interna, principalmente sobre as suas participações nos agregados econômicos estaduais. O estado de Minas Gerais é oficialmente divido em 10 Regiões de Planejamento, definidas em 1985 pelo Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado, apesar de não mais representarem as características socioeconômicas do estado (AMARAL, 2005). A região Central, cujo principal pólo é a própria capital do estado Belo Horizonte, é responsável por 36% da população e 43% do PIB estadual (CEI/FJP, 2008). A Região Metropolitana de Belo Horizonte é a terceira maior aglomeração urbana do país. O quadro da estrutura urbana de Minas Gerais atualmente é resultado de sua herança histórica reforçada ou remodelada pela dinâmica desigual do desenvolvimento recente da economia mineira. De acordo com o artigo “Desenvolvimento humano e hierarquia urbana: uma análise do IDH-M entre as cidades mineiras” de Wagner Barbosa Batella e, Alexandre Magno Alves Diniz, presente na REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA Volume 6- Número 2 - 2º Semestre 2006, Corinto aparece como cidade emergente no nível 4:
Função da Cidade

Corinto inicialmente cresceu em torno da estação ferroviária, a cidade era um ponto importante nos transportes. Com o grande fluxo de trens de carga e passageiros a cidade se desenvolveu com a finalidade de dar pousada, comercio e lazer para quem passava pela cidade. O fluxo de pessoas era intenso, o que logo atraiu comerciantes. A cidade estava em plena expansão e desenvolvimento nos “tempos da ferrovia”, mas nos anos 1970, o ramal de Diamantina foi desativado. O entroncamento se manteve devido ao ramal de Pirapora continuar ativo, para passageiros, até 1978 e depois somente para cargueiros. Em 1996, quando a RFFSA foi privatizada, a ferrovia em Corinto sofreu sérios abalos que marcaram a população. A oficina foi desativada, o que levou inúmeros ferroviários a serem transferidos para outras localidades, ficando apenas os maquinistas. A estação foi tendo o seu quadro de agentes e guarda-chaves reduzidos e no final do século XX nem mesmo os maquinistas já se encontravam na cidade. Hoje a estação tornou-se um corredor por onde trafegam as locomotivas da FCA e o sucateamento do patrimônio da ex-RFFSA é cada vez mais flagrante, tendo em vista o total abandono e falta de conscientização da população local para com a memória histórica do município. Atualmente a cidade atrai turistas e antigos moradores em suas tradicionais festas de rua que são o carnaval e o Forro da Cidade comemorado no meio do ano em virtude do aniversário da cidade.


Considerações finais

Corinto prosperou muito na época da ferrovia, a cidade crescia rapidamente e poderia facilmente se tornar uma cidade media, mas com o fechamento da mesma a cidade simplesmente retrocedeu. Foram muitos desempregos, comércios fecharam as portas e os tempos de prosperidade acabaram. O município chegou a contar com três cinemas, time de futebol profissional, hospital completo e uma vida social ativa que movimentava toda a cidade e atraía visitantes freqüentes. O comercio era prospero e o desenvolvimento da cidade era claramente perceptível. Com o encerramento das atividades da Ferrovia infelizmente esse desenvolvimento não continuou, e hoje os filhos de Corinto que pretendem fazer algo a mais de suas vidas são obrigados a procurar recursos nas cidades vizinhas e centros urbanos próximos como Belo Horizonte, Sete Lagoas, Três Marias, entre outros.















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